terça-feira, 27 de setembro de 2011

Nunca se casou e quando percebeu o erro era tarde demais. Sem herdeiros, sem nada para deixar sua marca no mundo, se recusava a morrer. Era rico. Todo o seu tempo era dedicado ao trabalho. E com o dinheiro conseguiu prolongar a sua estadia.
Começou clonando seus órgãos vitais. Coração, pulmões, fígado, rins, crescia os órgãos em um laboratório e quando precisava deles, fazia transplantes sem risco de rejeição. Intestinos, estômago, pâncreas, olhos, a cada ano a tecnologia avançava e ele continuava vivo para assistir. Pele, músculos, cabelo, dentes, caminhava lentamente com seus ossos quebradiços de ancião.
Com dois séculos de idade, começou a crescer um novo corpo, porém acéfalo. Quando transportou seu cérebro para a nova morada, começou a cultivar outro. Manteve o ciclo de trocas. Vinte, trinta, quarenta, vinte, trinta, quarenta, sempre, sem nunca visitar a meia idade.
Apesar de ser a única parte que nunca havia sido trocada, a sua mente não continuava a mesma. Esquecia. Não lembrava mais da sensação de descoberta. O primeiro beijo, a primeira viagem, a primeira festa, vivia revisitando situações familiares sem conseguir se lembrar de porque as eram. Os seus pais, seu nome, a cidade onde nasceu, a cada dez anos que vivia, perdia um que tinha vivido. Logo não sobraria mais nada, nem mesmo o motivo de querer viver assim.

meu comentari sobre esse texto

eu escoli esse texto poque eu gostei fala sobre o 1 beijo dele e tambem a 1 viagem dele e a 1 festa dele e tambem nem ele sabia  o que ele estaria fazendo da vida ele falo aonde vele nasceu e aonde ele viveu esse texto fala  demais coisas da vida delee isso que eu tenho para fala desse texto.eu tenho mais coisas mais eu nao me lembro.


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